A parábola do bom samaritano – Não seja uma propaganda enganosa

Nesse estudo sobre a parábola do bom samaritano, vamos aprender que não devemos ser uma propaganda enganosa. Você já se sentiu frustrado por comprar algo que não era exatamente como você imaginava? Às vezes, nós somos esse produto.
Acho que todo mundo já ficou frustrado por comprar alguma coisa que não era como foi anunciado. Cá entre nós, acho que uma das coisas que mais nos deixam decepcionados é quando pagamos caro por uma comida ruim, ou “normal”, né?
Isso nos deixa frustrados porque criamos uma expectativa não correspondida. Por isso, no caso da comida, por exemplo, quando pagamos caro por uma refeição que não tem nada de mais, ficamos frustrados. Ainda que a comida não seja ruim. O problema que pensamos “por este valor poderia ter comido em tal lugar”.
Explicação da parábola do bom samaritano
Se você está se perguntando o que tudo isso tem a ver com a parábola do bom samaritano, calma que você já vai entender.
Eu montei este estudo quando preparei uma aula para a escola dominical sobre a parábola do bom samaritano. Naquele domingo aprendemos que não devemos ser uma propaganda enganosa.
Neste texto, eu estruturei o texto como se fosse um esboço de pregação sobre a parábola do bom samaritano.
Vamos, então, analisar o texto de Lucas 10, a partir do versículo 25.
O doutor da lei – Não se justifique
A parábola do bom samaritano começa com um mestre da lei, mais conhecido como doutor da lei. Ele questiona Jesus sobre o que fazer para herdar a vida eterna. Quando Jesus lhe responde que deveria amar a Deus e ao próximo, como a si mesmo, então, veja o que diz o texto:
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? Lucas 10:29
Aqui lemos que o homem queria ser justificado. Ele, talvez, esperasse que Jesus dissesse algo como “você já está fazendo o que deve” ou “ame o seu povo, seus amigos e familiares”, para que ele pudesse sentir-se justo diante de Deus. Porém, a parábola o confrontou.
Muitas vezes, agimos da mesma forma, tentando justificar nossos erros. O termo grego aplicado aqui, dikaiōsai, é usado no contexto de tornar justo.
Quando erramos, ou quando estamos agindo de uma forma duvidosa, tentamos justificar nossas ações. Isso é o primeiro passo para vivermos uma vida de propaganda enganosa.
Justificamos que fomos grosseiros com alguém porque outro foi grosseiro primeiro; também justificamos nossa falta de empenho no trabalho porque não somos reconhecidos; e assim por diante.
Portanto, reflita em sua vida como você justifica suas ações. Não deixe que seus erros sejam “encobertos” por desculpas e justificativas criadas por você mesmo.
O sacerdote da parábola do bom samaritano
Então, Jesus começa a narrar a parábola do bom samaritano para o doutor da lei. A primeira pessoa que nega socorro ao homem ferido é um sacerdote. Alguém que conhecia muito bem a palavra de Deus, oferecia os sacrifícios, ensinavam as leis e serviam como juízes, entre outras funções.
E, ocasionalmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. Lucas 10:31
Porém, apesar de tudo isso, aquele sacerdote específico falhou em sua conduta, ao não socorrer o homem ferido.
Com o tempo, nós também nos tornamos como este sacerdote. Uma pessoa cheia de tarefas e responsabilidades na igreja, mas incapaz de perceber a necessidade do próximo.
Não seja indiferente
Com os dias corridos e cheios de preocupações, evitamos acumular novas responsabilidades, por isso, evitamos nos aproximar de outras pessoas, principalmente que necessitem de atenção.
Evitamos nos aproximar de pessoas que demandam nossa atenção. A gente consegue um tempo para um jantar com o pastor, uma reunião entre autoridades, ou quando somos convidados para uma festa de alguém de alto padrão. Porém, nunca temos tempo de visitar uma pessoa recém divorciada, que está desempregado ou que seja novo convertido. É ou não é verdade?
Quando agimos assim, também estamos fazendo uma propaganda enganosa. Porém, a Deus ninguém engana.
O sacerdote da parábola do bom samaritano era alguém cheio de obras, mas vazio em amor ao próximo. Por fora, um líder, por dentro uma pessoa reprovada.
O levita era um falso adorador
Em seguida, Jesus menciona outra figura da vida religiosa da época, o levita.
E, de igual modo, também um levita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo. Lucas 10:32
Embora, atualmente, seja comum nos referirmos ao grupo de louvor como levitas, naquela época, o levita era mais um auxiliar administrativo do que de louvor. Eles serviam no templo, como auxiliares dos sacerdotes e como guardas.
Apesar dessa proximidade com o sacerdote e com tudo o que era relativo ao templo, como leituras, sacrifícios e proteção, aquele levita específico não praticou o amor ao próximo.
A mulher samaritana e o levita da parábola do bom samaritano
Quando Jesus conversou com a mulher samaritana no poço, ele disse que o Pai busca quem o adore em espírito e em verdade. O termo “em verdade” implica uma adoração que não seja da boca pra fora, mas em atitudes.
Cantamos músicas gospel, usamos camisetas com versículos bíblicos, compartilhamos mensagens de pregadores nas redes sociais, mas tudo isso não implica que somos verdadeiros adoradores. Tudo isso pode ser apenas mais uma propaganda enganosa.
O levita, nessa parábola do bom samaritano, representa aqueles que mudam apenas o exterior. O interior do levita continuava inalterado. Então, eu te pergunto: quais hábitos, costumes e vícios você ainda carrega?
Sem mudança completa, não seremos capazes de exercer a função de que Deus nos deu.
Seja um verdadeiro adorar; alguém que adora a Deus em suas atitudes e em sua busca por santificação.
Cuidado com o orgulho. O samaritano não era bom
Agora você deve estar se perguntando: “como assim, o samaritano não era bom?”. Se você ler a parábola do bom samaritano com cuidado, vai perceber que Jesus o chama de “um samaritano”, ou “certo samaritano”, dependendo de sua versão. O título que conhecemos esse trecho, como “a parábola do bom samaritano” é apenas uma forma de identificar a passagem.
Claro que o samaritano agiu bem e podemos, sim, chamá-lo de o “bom samaritano”. Porém, esse detalhe, de que Jesus nunca o chamou de “bom”, nos serve alerta para nunca acharmos que nossas atitudes nos tornam “bons” demais, ou melhores que os outros.
Aliás, outro detalhe importante é que quem prestou o socorro final e ficou com aquele homem até que ele se recuperasse foi o hospedeiro, não o samaritano.
Não seja vaidoso
Você não age sozinho, pois existem outras pessoas, que fazem parte do corpo de Cristo, que trabalham juntos para que vidas sejam restauradas.
Lembre-se, então, que você não é “bom baixista; o bom pregador; o bom líder de casais; o bom professor do ministério infantil; o bom cantor; o bom evangelista”. Você faz parte de um corpo que atua junto para que vidas, inclusive a sua, sejam restauradas e mantidas no caminho.
O orgulho é uma grande propaganda enganosa, pois faz propaganda de nós mesmo quando deveríamos fazer propaganda apenas de Jesus.
Então, cuidado para você não se achar “o bom” na obra de Deus, pois, você é apenas uma parte. Embora, Deus te ame de maneira única, você não está acima dos demais.
Resumo da parábola do bom samaritano
Neste estudo sobre a parábola do bom samaritano aprendemos que não devemos fazer propaganda enganosa de nós mesmo. Através do exemplo de quatro pessoas, identificamos atitudes que devemos evitar.
A primeira delas é justificar nossas atitudes. Essa postura de justificar nossas ações mascaram nosso erro, agindo como uma propaganda enganosa que encobre nossos erros.
Outra coisa que aprendemos com a parábola do bom samaritano é que as obras não são mais importantes que o amor ao próximo. Devemos ter a sensibilidade de perceber a necessidade dos outros e saber como podemos apoiá-los. Muitas vezes, nos fazemos de “ocupados de mais para perder tempo com os problemas dos outros”.
O terceiro tem abordado nesse esboço de pregação sobre a parábola do bom samaritano foi a importância da mudança interior. Nascer de novo, em Cristo Jesus é a grande motivação que nos fará servir ao próximo. Sem essa mudança, seremos como propaganda enganosa, que, assim como o sacerdote, apresenta apenas uma fachada de mudança, mas um interior inalterado.
Por fim, vimos o perigo do orgulho, uma grande propaganda enganosa que começa enganando a nós mesmos. Assim como o samaritano não curou aquele homem sozinho, pois o hospedeiro o ajudou nessa tarefa, nós fazemos parte do corpo de Cristo e nada do que fazemos é para sermos chamados de “bons”.
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Espero que este esboço de pregação sobre a parábola do bom samaritano edifique sua vida também. Então, confira outros estudos como este, neste site: