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Bem aventurados os puros de coração

Nos dias que Jesus começou a pregar, os judeus davam muita ênfase à religiosidade, se preocupavam com aparências e rituais. Quando Jesus realizou o famoso sermão da montanha, ele começou a longa pregação falando dos bem-aventurados. Podemos ler em Mateus 5:8 que Jesus disse “bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Este ensinamento nos traz grandes ensinamentos e nos faz ver que o Criador não está preocupado com a religiosidade de cada um, com o que vestimos, comemos ou as obras que fazemos, mas Ele sonda os nossos corações para identificar a real motivação de nossas atitudes.

Neste texto veremos que ao mencionar – bem aventurados os puros de coração – Jesus estava nos ensinando sobre a importância de não condenarmos ou julgarmos os outros. Também podemos dizer que este texto pode ser complementado com o ensinamento que não podemos condenar o cisco no olho dos outros, quando há uma trave no nosso olho (Mateus 7:5). Se o amor é o dom supremo e a principal característica do cristão é o amor ao próximo, manter o coração puro é essencial para não cairmos no erro de falar uma coisa e fazer outra.

Ninguém pode purificar o próprio coração

Manter o coração limpo é um esforço que devemos ter todos os dias e o poder de limpar nossos pecados é somente de Deus, nós, por nossas ações, não conseguimos por nós mesmos. A religiosidade é uma doutrina que tenta nos inculcar que podemos buscar esta purificação através das aparências, pelas roupas que vestimos, as palavras que dizemos ou as ações que fazemos. As obras não podem nos purificar. Em Provérbios 20:9 está escrito “Quem pode dizer: purifiquei meu coração, limpo estou do meu pecado?”. A complementação desta informação está em 1 João 1:7 “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filho, nos purifica de todo pecado”.

O texto de Mateus 5:8 diz que Bem aventurados os puros de coração, pois estes verão a Deus. O nosso coração puro, limpo, é fundamental para contemplarmos a glória do Senhor, e isso só pode ser alcançado pela graça de Deus. Por isso, devemos nos esforçar para manter nosso coração puro.

O que é ser limpo de coração

Como lemos nas passagens acima, a única forma de termos o coração limpo é através do sangue de Cristo Jesus. Quando confessamos nossos pecados a Ele, Ele é justo e fiel para nos perdoar (1 João 1:9). Devemos seguir esta nossa vontade, este deve ser o desejo de nossas vidas, evitar pecar, e quando pecarmos, confessar a Deus que erramos e nos libertar do pecado.

O coração limpo nos remete a uma vida em sinceridade, buscar fazer o que é agradável a Deus, buscando agradar a Deus e não somente a homens. Como foi dito no começo, os judeus na época de Jesus se preocupavam muito com a religião e não tinha um coração sincero para as obras de Deus.

Podemos compreender que são bem aventurados os puros de coração porque esta é o nosso maior compromisso. Não julgar, não condenar, amar ao próximo como a si mesmo, não difamar, não mentir. Devemos nos esforçar diariamente para manter nossos corações puros.

Em nosso dia a dia, as contendas, principalmente no ambiente de trabalho, são quase que rotineiras, por isso, manter o coração puro exige mais força. Não responder a uma injúria, não olhar com maldade uma atitude do colega, evitar comentários sobre os outros, são algumas ações que devemos praticar na tentativa de manter nosso coração puro.

Religiosidade e vaidade

Quando falamos em religiosidade podemos associar com a vaidade, a vontade de ser reconhecido como uma pessoa “espiritual”, que faz isso, faz aquilo, não faz isso ou não faz aquilo. Quando queremos demonstrar conhecimento bíblico acima dos demais, corrigir a todos e buscar defeitos nos ensinamentos, nas igrejas e até nas músicas evangélicas é um sinal que estamos nos deixando vencer pela aparência.

Também devemos considerar este ensinamento para nossa vida de cristão. Bem aventurados os puros de coração também significa não levar a fé para o lado religioso, do estudo das leis, para o estudo das letras, apenas. Podemos, e devemos, estudar a fundo as Escrituras, mas devemos tomar cuidado para não começarmos a nos achar superior aos outros pelo nosso conhecimento bíblico. O ladrão da cruz, provavelmente, tinha um conhecimento de Jesus muito raso, mas reconheceu seus erros.

Jesus repreendeu, inclusive as longas orações dos fariseus, Mateus 23:14, porque sabia que eles gostavam de realizar longas orações para parecerem religiosos e não era uma oração sincera, de coração. Assim, ainda hoje, pessoas gostam de orar alto, se voluntariam para obras e serviços, mas apenas porque desejam ser reconhecidos, não deixe esta vontade prevalecer em seu coração.

Em Lucas 29 lemos sobre a pobre viúva que ofertou apenas algumas moedas, enquanto o resto do povo doava grandes quantias. Jesus nos ensinou que aquela mulher foi a que ofereceu a maior oferta, pois era tudo o que tinha. Jesus não estava dizendo que o importante é a proporção, ele nos ensinou que o importante é o coração prostrado diante da vontade de Deus.

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