Até que ponto a vaidade é pecado?

Um assunto difícil de debater e que traz muitas dúvidas aos casais evangélicos é a vaidade. Este texto tenta trazer ao cristão como enxergar a vaidade de uma forma saudável e saber difenreciar de quando a vaidade é pecado. O livro de Eclesiastes nos traz diversas passagens falando que tudo é vaidade, como por exemplo, Eclesiastes 1:2 e 12:8. Por outro lado a beleza feminina também é ressaltada, em especial em Cantares, mas é bom lembrar que mesmo Salmos e Provérbios mencionam a mulher, esposa, sábia, prudente. A mulher andar perfumada, por exemplo, não pode ser considerado como pecado, não há nada de errado nisso. Vestir-se bem, maquiar-se e usar acessórios (brincos e anéis, por exemplo) é natural para o sexo feminino e não há nada de errado nisso. Algumas igrejas mais tradicionais adotam algumas restrições mais rígidas. Não cabe a este artigo dizer o que uma mulher cristã pode ou não pode usar, mas fazer as mulheres refletirem sobre o comportamento que nos leva a preferir esta ou aquela roupa.

Outro fator que pode influenciar nossa percepção de beleza é a saúde. Há quem julgue o fato de alguém frequentar uma academia pura vaidade, mas quando temos uma rotina para manter nosso corpo saudável, não podemos dizer que tal prática seja necessariamente vaidade. Podemos até mesmo entender que manter nosso corpo saudável é agradável a Deus. Mas quando exageramos em certas atitudes começamos a cultuar a beleza, nossa vaidade se sobrepõe ao equilíbrio e já não há em nós um comportamento saudável, neste sentido, podemos dizer que a vaidade é pecado.

Recomendamos, aos líderes de casais evangélicos, que este assunto seja tratado separando-se homens e mulheres, pois assim, alguns detalhes podem ser melhor abordados, sem constrangimentos.

Este assunto é importante para os casais cristãos, pois a vaidade vem despertando a sensualidade e levando muitos casamentos ao fim e muitos filhos vem sendo criado de forma a valorizar mais a sua imagem que sua essência cristã.

Quando estudamos se a vaidade é pecado ou não, precisamos refletir se o nosso comportamento está sendo motivado pela sensualidade e futilidade. A vaidade deve ser sempre analisada pelo casal, não apenas para se moldarem aos padrões cristãos, mas também para verificar que valores estão passando aos seus filhos.

Qual o padrão de beleza do cristão?

Os padrões de beleza podem mudar de tempos em tempos, de região para região, mas uma coisa é certa, não podemos negar que, com o passar dos anos, a sensualidade vem ganhando espaço em nossa sociedade; e é aí que o cristão deve ficar ligado. Podemos questionar, por exemplo, os implantes e cirurgias plásticas. Será que uma cirurgia plástica para tirar barriga, ou um tratamento para tirar rugas e “acabar com a flacidez da pele”, são realmente padrões que a mulher cristã deve seguir? Quando falamos de exageros, como implantes no bumbum ou seios, é possível identificar a vaidade com mais clareza, mas quando falamos de pequenos procedimentos, a estética pode vir disfarçada de “autoestima”.

Autoestima x vaidade

É fácil perceber o discurso de autoestima sendo regularmente vinculado com a beleza. Fazer os cabelos, as unhas, comprar novas roupas, realizar uma cirurgia e fazer um tratamento de beleza agora não são mais vistos como comportamento de vaidade, mas como forma de manter a autoestima em alta. A sociedade percebeu que o uso do termo “vaidade” pode ser pejorativo, por isso, novos termos são usados quando se quer falar de estética. Sem querer “demonizar” a publicidade, podemos dizer que os publicitários vão desenvolver novas formas de vender produtos de beleza. Faz parte do trabalho publicitário.

A fé cristã não combina com um comportamento vaidoso, algumas passagens bíblicas sobre vaidade são:

• “Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele”. Ezequiel 16:15
• “Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias” 1 Pedro 4:3.
• “Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho”, Salmos 119:37.

Nossas roupas indicam nosso grau de vaidade

Uma forma fácil de identificar nosso “nível de vaidade” é perceber que roupas estamos usando para ir à igreja, mercado ou trabalhar. Quando nos preocupamos em um decote que ressalte os seios, uma calça apertada, que realça as “curvas”, uma saia que mostra as coxas, estamos rendidas à vaidade. O interessante é que nem sempre nos arrumamos assim apenas para provocar o sexo oposto propositalmente. Muitas mulheres se preocupam com sua aparência porque, na verdade, estão mais preocupadas com outras mulheres, como se vivessem uma competição de beleza o tempo todo e não percebem que estão caindo na tentação da vaidade.

Inversão de valores

A preocupação excessiva com nossa estética atrai inúmeros problemas de comportamento. Mesmo para uma mulher não cristã, os problemas causados pela vaidade são grandes. Uma delas é a insatisfação pessoal. Quando procuramos um corpo perfeito estamos sempre insatisfeitos, pois sempre encontramos um “probleminha para ser resolvido” em nós mesmos. Isso é óbvio, uma vez que somos todos imperfeitos. Além disso, com o passar dos anos, a insatisfação aumenta, levando pessoas a tomarem medidas desesperadas para se manterem “jovens”. Por isso, não é raro encontrarmos nas ruas pessoas com idade avançada que se vestem como moças, ficando muito mais ridículas se tivessem aceitado a idade sem tanta relutância.

Para o homem, podemos indicar aqueles que começam a praticar uma atividade física por questões de saúde, mas logo querem ficar mais fortes, mas “definidos” e, sem perceberem, estão cultuando o corpo.

Podemos dizer que a vaidade é pecado, neste caso, quando temos uma necessidade de deixar nossos corpos perfeitos, o tempo todo. De tempos em tempos buscamos uma cirurgia, uma exercício para “tonificar” tal parte do corpo ou um tratamento novo. Não nos contentamos com o que somos esteticamente.

Exibicionismo

Outro problema decorrente da vaidade é a tendência ao exibicionismo, mostrar-se de forma sensual ao sexo oposto. Uma vez que a mulher busca sempre estar “em forma”, a mulher vaidosa não vai querer se esforçar tanto para manter-se “bela” sem querer se mostrar para alguém. A tendência da mulher vaidosa é usar sempre roupas que ressaltem aquilo que ela mesma julgue bonito, como bumbum ou seios. O homem, por sua vez, tende a querer ressaltar seus braços, peitos ou pernas.

Para saber se você não está se tornando exibicionista, basta ver que tipo de foto você divulga nas redes sociais. Fotos de você malhando, ou que, de alguma forma, ressalta seus atributos físicos indicam que a sua vaidade é pecado.

Insatisfação com o parceiro

Ninguém é vaidoso apenas consigo mesma. A mulher vaidosa busca também imperfeições no corpo masculino. Ao escolher um namorado, ou mesmo com o marido, a mulher vaidosa vai querer sempre um parceiro tão bonito quanto ela se ache, ainda que inconscientemente. Isso também vai gerar sempre frustrações. Para uma mulher casada, a vaidade é uma porta aberta para o divórcio, e uma porta bem larga.

Para o homem, então, o que se abre não é uma porta, é um portão para o pecado.

O exagero na vaidade é pecado quando essas portas começam a se abrir. O cristão precisa refletir muito sobre si, ser honesto consigo mesmo para definir suas motivações e abrir mão daquilo que reconhece que pode levá-lo ao pecado.

Como combater a vaidade

O cristão deve combater a vaidade como combate todos os demais pecados. Começando com oração, leitura da palavra e reconhecimento de suas próprias fraquezas. A partir do momento que a mulher enxerga em si uma mulher vaidosa em demasia, combater este comportamento é mais fácil.

A mulher cristã deve sempre primar pelo seu comportamento cristão, buscando em primeiro lugar as coisas que são “de cima”, como leitura, oração e jejum. A oração, a leitura e a participação dos cultos levará a mulher a uma necessária comunhão com o Espírito Santo, que lhe ajudará a manter sua vida saudável e equilibrada.

O homem cristão precisa estar no centro da vontade de Deus para não deixar que a vaidade o leve ao pecado, pois muitos cristãos tropeçam nessa pedra. Uma vida mais centrada em academias e fotos nas redes sociais são sinais que a vaidade é pecado, neste caso.

Para aprofundar o assunto, leia também:

• Você não é o única que quer saber como vencer o pecado
• Reflexão para casal em crise: 5 passos para resolver os conflitos
• Vencendo o pecado da lascívia
• Temas para encontro de casais evangélicos